A constelação familiar e o seu papel de deixar ir o que te prende

Sabe, uma vez eu ouvi algo muito bonito sobre o perdão e o deixar ir. E é interessante o olhar da constelação familiar para esse tema, porque não falamos sobre perdão na constelação familiar, e eu vou te explicar porque.

Primeiro de tudo, quero trazer alguns exemplos que podem nos gerar irritação: vamos dizer por exemplo: o trânsito. Ou então um professor chato, ou uma loja que não entregou o produto no prazo, ou qualquer outra situação corriqueira. Estamos sujeitos a essas situações o tempo todo, todos os dias, não é?

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Agora, você já parou para perceber que se você se irritar com a loja que não entregou o produto, o ônus vai ser todo seu? Se você entrar em contato solicitando atendimento, eles vão te atender (ou não) da mesma maneira, estando você irritado ou tranquilo. O mesmo para o trânsito, que não vai se abrir porque você está com pressa ou nervoso, e também para as pessoas com quem convivemos, como o professor que eu mencionei no exemplo.

O que você gera dentro de você, está preso dentro de você apenas

O interessante das pessoas é que quanto mais nos incomodamos com algumas características delas, mais fica difícil ficar perto e ter uma relação amigável. E porque isso? Porque elas nos conectam com as nossas sombras. Tudo o que não gostamos no outro, é porque temos dentro de nós as mesmas características, só que não notamos ou então exteriorizamos de outra forma que nos é imperceptível. A boa notícia é que o que gostamos e admiramos nos outros, nós também temos dentro de nós – algumas vezes percebemos outras não.

E o que a irritação tem a ver com isso? Que, quanto mais nos irritamos, odiamos ou nos incomodamos com alguém, mais carregamos essa pessoa em nosso interior. Porque, como falei no começo, ela vai continuar vivendo, vai continuar no lugar dela – o ônus é todo seu. Então, faça um favor para você mesmo, e guarde no seu coração apenas quem te ama, quem te traz alegria e prazer.

E o papel do perdão e a Constelação Familiar

Mas então, como perdoar alguém que fez algum mal a mim? – você pode perguntar.

Nós estamos em relação com nossos sistemas familiares e com outras pessoas com trocas. O tempo todo estamos trocando, e uma das Ordens do Amor do Bert Hellinger (que ele percebeu que existem em todas as constelações familiares) é do Equilíbrio de Troca.

O Equilíbrio de Troca na Constelação Familiar

Como o próprio nome diz, o Equilíbrio de Troca pressupõe que tenhamos trocas equilibradas com as pessoas. Ou seja, se eu recebo algo, eu dou na mesma medida. Não em um sentido de “toma lá dá cá”, mas de uma forma consciente, ou seja, eu não saio por aí fazendo tudo para quem não está conectado comigo, não quer receber. Assim como eu não aceito que façam por mim, se não me conecto à essa outra pessoa.

Ou eu fujo de uma relação assim, ou eu provoco que o outro fuja. Então passamos a entender que se a troca ficar desequilibrada, a relação não acontece mais e portanto um dos dois deixa a relação.

O que isso tem a ver com a pessoa que nos irrita ou que nos fez mal? Tudo.

Quando eu vejo que não consigo lidar com o outro, é porque por trás de tudo tem um desequilíbrio. Inconscientemente o outro busca equilibrar, fugindo ou prejudicando a relação, para que ele também tenha um lugar de importância. E o que eu posso fazer é apenas dizer: Eu sinto muito.

Eu sinto muito – a frase-chave dentro da Constelação Familiar

Quando eu digo que eu sinto muito, é porque eu sinto mesmo. É uma pena que não deu certo, estou sentindo aqui dor, estou sentindo raiva, estou sentindo uma série de coisas – então eu sinto MUITO.

Se eu falar: “Eu perdoo”, então eu me coloco em uma posição superior, como se eu tivesse poder em perdoar alguém. Como se eu fosse mais do que o outro e eu pudesse decidir e julgar quem está certo e está errado. Porque não funciona? Porque a troca já estava desequilibrada, se eu me coloco em uma posição superior, eu só pioro as coisas.

A constelação familiar nos ensina a olhar para nossos sentimentos. E a dizer: Eu sinto muito, quando nos cabe essa verdade.

Com amor,
Ju Isliker

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