Grande é aquele que se sente igual aos outros, pois a maior grandeza que possuímos é aquilo que compartilhamos com todos os seres humanos.
Bert Hellinger
Essa frase muito bonita do Bert me fez refletir sobre a humildade, o amor, nossa conexão com a nossa família e a nossa evolução dentro do nosso sistema familiar.
Todos nós, em algum momento, já olhamos para nossa família e pensamos que não é exatamente ali que gostaríamos de estar. Normalmente na adolescência, quando queremos romper com tudo e criarmos a nossa própria individualidade. Ou até mesmo na vida adulta, em alguma crise ou alguma situação que nos incomoda.
Não aceitamos um ou outro fato que sabemos que existe ou acontece com pai, mãe ou irmãos…. Ou mesmo algum parente que traz uma memória que nos incomoda de alguma forma… Achamos que a família de determinado amigo é mais bem-resolvida que a nossa!
Quando estudamos a constelação familiar, aprendemos que a família que temos, o pai e a mãe que temos (ou tivemos) são os pais perfeitos para nós. São os melhores pais que poderíamos ter. Eles trouxeram exatamente as melhores experiências que precisávamos (e ainda precisamos) ter, as situações, e mesmo os emaranhamentos. Eles estão a serviço de algo maior, da vida! Eles nos deram a vida, e com isso a nossa chance de nos desenvolvermos, e fazermos diferente do que eles fizeram.
E porque precisamos fazer diferente do que os nossos pais fizeram?
Hierarquia
Na hierarquia, dentro das Ordens do Amor, nossos pais são maiores do que nós. Eles têm responsabilidades, problemas, questões do “tamanho deles”, enquanto que nós temos problemas e responsabilidades do nosso tamanho.
Quando digo que eles são maiores e têm os problemas dos tamanhos deles, quero dizer que são eles que têm que resolver os problemas deles. Só que algumas vezes estudamos mais do que eles, ou temos melhores condições financeiras, ou então melhores condições de saúde. E isso quer dizer que vamos ficar com isso só para nós e não ajudarmos nossos pais? Claro que eu não diria um absurdo desses!!
Como falei antes, foram nossos pais que nos deram a vida que temos hoje. Nada no mundo que fizermos vai poder retribuir o tanto que recebemos deles. Nós podemos e devemos retribuir quando eles pedirem ajuda. Do tamanho do pedido deles, nós podemos ajudar. Se tentarmos retribuir mais, ficamos presos. Temos medo de ir para a nossa própria vida, e não temos humildade em perceber que nunca poderemos fazer igual ou mais do que eles fizeram por nós.
Esse é o único desequilíbrio de troca, dentro das Ordens do Amor, que existe em um sistema – dos nossos pais para nós. Nada, por mais que fizermos, vai fazer com que equilibremos essa troca, porque não seremos capazes de retribuir algo à altura da vida que eles nos deram.
O que podemos fazer então? Retribuir para fora, dando o que aprendemos com eles para outras pessoas, vivendo a nossa própria vida e buscando a nossa própria evolução dentro do nosso sistema familiar!
Com carinho,
Ju
4 comentários sobre “Evolução no sistema familiar”
Como seria bom se todos tivessem acesso a esse conhecimento, ou melhor, que estivem dispostos a ter discernimento daquilo que nos cabe e daquilo que cabe a nossos pais. Já fui constelada duas vezes e participei como observadora de outras. Quão perceptível a mudança na minha vida! Bom trabalho, Juliana! E que você alcance o máximo de pessoas no seu caminhar. Grata.
Obrigada, querida Priscilla! Que a constelação sempre te traga bons frutos no seu caminhar! <3
Olá Juliana, comecei a me aproximar desse mundo das Constelações Familiares há alguns meses e já me preparo para constelar algumas questões da minha vida. Nesse tão pouco tempo me chama muito atenção a importância da “mãe” , dos pais, das ordens do amor e como trabalho numa instituição de ensino, observo algumas adolescentes que demonstram problemas de relacionamento com a mãe e passam por problemas de relacionamentos, repetem o que as mães passaram etc. Que sugestão você poderia me passar para que ao menos pudéssemos sensibilizá-las da necessidade de se aceitar e amar as mães como elas são, com suas histórias, limitações etc.
Olá Mari,
Obrigada pelo seu comentário!
De fato, quando tomamos nossos pais como eles são, com suas limitações e suas histórias, e entendemos que eles nos deram o maior amor que poderiam nos dar, podemos seguir o fluxo da nossa vida, também com amor! Entendendo que eles são os pais certos para nós!
Existem alguns livros sobre pedagogia sistêmica, a autora que fala muito sobre esse tema é a Angelica Olvera, do México.
Espero ter ajudado!
Um beijo,
Ju