O Campo Morfogenético

Quando faço palestras sobre Constelação Familiar, normalmente em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, eu costumo citar o Campo Morfogenético, e falo do exemplo dos cães.

Para falar sobre esse exemplo e sobre o Campo, cito Rupert Sheldrake, um biólogo britânico que estudou em Cambridge. Rupert ganhou um prêmio em Harvard e depois lá estudou filosofia e a história das ciências. Voltando para Cambridge, assumiu a cadeira de Diretor de Estudos. Seu foco continuou sendo o estudo dos fenômenos da natureza e dos animais.

Ele escreveu um livro chamado: Dogs That Know When Their Owners Are Coming Home (Os cães que sabem quando seus donos estão voltando para casa). Nesse livro, que por sinal é belíssimo, ele conta que fez experiências com mais de 2.000 cães e seus donos. Depois, coletou mais 2.500 informações, desde o lançamento da primeira edição do livro até agora, onde mostram a leitura de alguns sinais, feitas pelos animais.

Esses sinais estão presentes no que ele chamou de Campo Morfogenético. Ele conta que existe um campo de informações e que os animais têm uma sensibilidade grande para a sua leitura. Também diz que os seres humanos ou esqueceram como ler esses sinais ao longo da vida, ou ainda podem lê-lo. Mas para isso, não devem usar tanto os filtros que usamos no nosso dia a dia.

Ele estuda também a telepatia, e mostra que a informação pode passar de uma mente à outra através da telepatia.

Bom, o livro é realmente lindo e vale a leitura!

Voltando ao exemplo dos cães e porque eu comecei a falar sobre o Rupert Sheldrake e o Campo.

Nesse livro, ele conta que os cães, independente do horário, do barulho e da distância, sabem de fato quando seus donos têm a intenção de voltar pra casa. Se você tem um cachorrinho em casa, provavelmente já percebeu que quando você chega em casa ele está lá, na porta, com o rabinho abanando, te esperando. Ou quando seu marido/esposa vai chegar, ele vai pra porta e fica lá. E é sobre isso que ele fala.

Nos experimentos dele, foram alterados os horários dos donos voltarem, as distâncias e o modo de locomoção (carros diferentes). O cão sempre ia para a porta quando o dono demonstrava, onde quer que estivesse, a intenção de ir pra casa. No momento em que ele colocava a mão no bolso pra pegar a chave pra ir pra casa, decidido a voltar, o cão de alguma maneira lia essa informação e ia aguardar na porta.

Esse é o mais belo exemplo da leitura do Campo!

O Campo Morfogenético e as Constelações

Eu comecei esse post para falar sobre o Campo Morfogenético e como ele é o veículo que possibilita as Constelações Familiares acontecerem.

É por meio desse campo de informações que acessamos o que está armazenado lá, como os cães fazem. De alguma maneira as memórias familiares, o nosso inconsciente, os padrões que nossos ancestrais seguiam, podem então ser acessados. O Campo e as Constelações nos ajudam a perceber que nossa percepção de tempo-espaço está equivocada. Ou seja, tudo é relativo ao momento presente.

Ao iniciarmos uma constelação, tudo o que vemos está acontecendo naquele momento. Seja uma relação distante ou próxima dos nossos avós, nossos pais, ou de nós mesmos. Tudo acontece no momento em que estamos trabalhando na constelação. E por isso que é tão lindo esse movimento de cura. Porque, ao ver o que acontece através do campo, podemos também entender onde está o emaranhamento, onde está a situação que precisa ser olhada e resolver o que precisa ser resolvido, desatar os nós.

Podemos olhar, com amor, para as questões que nos fazem ainda ficar parados na nossa história. E ao tratar e olhar com respeito para cada uma das histórias da nossa família, podemos então seguir com o fluxo de energia nas nossas vidas a partir daí.