Como eu já comentei nesse texto aqui, uma das descobertas de Bert Hellinger é que uma das ordens que regem nossos relacionamentos e nosso sistema familiar é a ordem da Hierarquia. A Hierarquia dentro da Constelação Familiar é muito importante. Sem ela, vivemos em desordem. As causas naturais das coisas parecem se perder, e não entendemos muito bem porque as coisas não dão certo, mesmo quando amamos muito e por mais esforço que despendemos nas relações com as outras pessoas.
E olha, infelizmente, uma das ordens que mais acabo vendo é a da hierarquia sendo desobedecida, nas constelações que conduzo.
Sempre, em minhas palestras, pergunto: quem ama incondicionalmente?
E normalmente a resposta do público é, depois de um tempo pensativos: “a mãe”!
O Bert diz, por mais difícil que seja de enxergar e aceitar, que quem ama incondicionalmente e verdadeiramente é o filho.
Sim, o filho que acaba de nascer!
A mãe (ou o pai), antes de saber o sexo, antes de saber qualquer coisa sobre o filho, secretamente pensa, ou pede aos céus, que seu filho venha com saúde, que seja “perfeito” nas condições físicas e mentais. Claro que afirmamos que amamos de qualquer maneira, mas bem lá no fundo, é como se colocássemos uma série de condições para amar, antes do nosso filho nascer.
Quem, de fato, ama incondicionalmente é o filho. Ao nascer, a criança olha e ama os pais, que o trouxeram à vida, com olhinhos cheios de amor. E esse amor é capaz de tudo, de fazer tudo o necessário, tudo o que os pais precisam.
Tudo mesmo!
Hierarquia Invertida
E é aí que mora a inversão da hierarquia. Quando os pais precisam de muito, os filhos deixam seus lugares de filhos, e assumem uma postura de tentar resolver os problemas dos pais.
Em algumas constelações já pude perceber o quanto o filho adoece para fazer os pais olharem para algum problema. É como se ele secretamente dissesse: se vocês não olham, eu fico doente para fazer vocês olharem. Ao olharem para mim, vocês olham para o problema.”
Ou então, em situações em que o filho está identificado com algum parente, ou algum sentimento necessário para a família ver, assimilar. Ele traz para a vida dos pais e dos familiares aquele comportamento, e todos olham.
Vejam que não basta tratar a doença do filho, ou o comportamento que ele apresenta. Se o que o filho quiser mostrar não for de fato olhado, ou seja, o que está por trás da doença, do comportamento ou atitude. Se não for percebido e resolvido pelos pais, ele vai procurar, inconscientemente, mostrar de outra maneira. E enquanto esse movimento acontece, os envolvidos não podem caminhar para a sua verdadeira vida. Ficam presos a histórias do passado e de outros, não em suas reais histórias!
A causa desse emaranhamento é exatamente essa inversão da hierarquia, em que os filhos acham que podem resolver os problemas dos pais.
Pura e simplesmente por amor.
Amor só não Basta
É um emaranhamento no sistema familiar, é um caos de certa maneira que precisa ser colocado em ordem para que o amor volte a fluir.
Mais uma vez podemos ver que a ordem precede o amor. Não basta amar se não houver a ordem. A vida e os nossos caminhos não fluem!
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2 comentários sobre “A Hierarquia dentro da Constelação Familiar”
Achei muito interessante a forma como abordou a forma de amar em familia, nunca tinha pensado dessa forma. Cheguei a sua publicação pesquisando algo que convença meu filho adolescente e mais velho de que ele precisa me ouvir sem precisar gritar suas respostas e possivel que seu texto ajude-me a ouvi-lo de outra maneira. Obrigada.
Que bom que te ajudou de alguma maneira, Liège!! Obrigada pelo seu comentário! 🙂